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segunda-feira, 31 de maio de 2010

Dia 31 de maio - dia sem tabaco

Meus queridos amigos,
Bom dia!
Hoje é um dia muito importante de combate ao tabagismo. Um dia de luta para que os fumantes possam de vez deixar o vício e por isso muitas ações foram e estão sendo realizadas para combater e ajudar aos fumantes a largarem o vício. Por isso, no dia de hoje, convidei a Dra Ana Thereza Rocha para nos apresentar as estatísticas abaixo a cada dia mais alarmantes e informar-nos essa doença que atinge grande parte da população mundial.
Um abraço a até a próxima,
Jamile


ALERTA


Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS),as mulheres representam cerca de 20% dos fumantes no mundo e enquanto o percentual de fumantes estabilizou entre os homens, o percentual entre as mulheres está em ascensão em todo o mundo. As mulheres são um dos principais alvos para a indústria do tabaco, que precisa recrutar novos usuários para substituir os usuários atuais que vão morrer prematuramente de doenças relacionadas ao tabaco. Desta forma, apelos com imagens de mulheres bonitas, poderosas e magras fumando são tão perigosos, principalmente entre as adolescentes e mulheres jovens. Esse crescimento de fumante entre mulheres jovens virou preocupação mundial, sendo assim, a campanha deste ano da OMS está focada no tema Tabaco e Mulher, e deve ser intensificada na semana que vem, durante o Dia Mundial Sem Tabaco (dia 31).


De acordo com a Pesquisa Especial de Tabagismo - IBGE e Ministério da Saúde (INCA) em 2008, a taxa de fumantes no Brasil tem caído desde os anos 90 e atualmente 17,2% dos brasileiros com mais de 15 anos fumam. Salvador já ocupou o lugar da capital brasileira com o menor número de fumantes, mas com o maior consumo de bebidas alcoólicas. Na Bahia atualmente 15,4% das pessoas fumam e Aracajú é agora a capital com menor número de fumantes, enquanto que Porto Alegre, Curitiba, Florianópolis e Belo Horizonte lideram as taxas com 20 a 25% de fumantes.








Numa pesquisa realizada em escolas públicas de São Paulo, sob coordenação do Comitê Antitabaco da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), do total de adolescentes entrevistados, de 12 a 18 anos, quase 10% fumam. Entre eles, 61% são meninas e 39% meninos. Embora não haja uma pesquisa recente sobre isto na Bahia, é bem possível que aqui a realidade não seja diferente.

Diferente dos meninos, que costumam começar a fumar por existir um modelo em casa ou para se enturmar, a insegurança ou ansiedade é o que mais influencia as meninas e elas estão associando cigarro com a bebida alcoólica.

O tabagismo representa uma doença crônica recidivante que envolve tanto aspectos da dependência química à nicotina quanto uma dependência psico-social. Para quem pensa em parar de fumar, a ajuda de um médico é fundamental. Espontaneamente, a taxa de abandono do tabagismo não ultrapassa 5%. Com intervenções mínimas, ou seja, diálogo breve sobre o tabagismo durante 3 minutos da consulta médica, esta taxa aumenta para até 13%. Se houver ajuda mais intensiva de um profissional, esse índice pode alcançar até 50% de sucesso ao final de um ano. É necessária uma média de quatro consultas durante o primeiro mês para discutir o assunto com o paciente, pedir testes e receitar medicações específicas, quando necessário, e criar um plano de tratamento que envolve seguimento com consultas mais espaçadas para a manutenção. Os encontros passam a quinzenais no segundo mês e, a partir do terceiro devem ser mensais por até um ano.

No NATTAB, Núcleo de Atendimento e Tratamento do Tabagismo do Serviço de Pneumologia do Complexo Hospital Universitário Professor Edgard Santos em Salvador é oferecido o tratamento intensivo cognitivo-comportamental pelo SUS por um grupo multidisciplinar composto de uma pneumologista, duas psicólogas e uma fisioterapeuta. Medicações gratuitas são disponíveis para aqueles que necessitam (aproximadamente 80% dos pacientes). Os resultados dos primeiros 350 pacientes do NATTAB demonstram taxas de cessação de 57% em 1 mês, 81% em 3 meses e 77% em 6 meses. No entanto, três destas profissionais fazem trabalho voluntário há cerca de 24 meses, já que não há apoio das lideranças políticas da saúde para remuneração destas mulheres capacitadas e atuantes. Ao mesmo tempo há uma lista de espera de 800 pacientes para este serviço.

No Rio de Janeiro, pacientes da rede pública da Saúde que desejam parar de fumar têm agora três vezes mais opções para receber ajuda. A quantidade de unidades do SUS, com estimativas e planejamento para realizar o atendimento para a interrupção do vício, vai saltar de 923 em 2009 para 3.313 em 2010. Só no Rio são 65 unidades. Então, porque não conseguimos fazer algo semelhante na Bahia e nem mesmo valorizar e manter os profissionais que temos, como no NATTAB? Precisamos correr atrás!


Dra Ana Thereza Rocha
Coordenadora do Núcleo de Atendimento e Tratamento do Tabagismo (NATTAB) do Serviço de Pneumologia do Complexo HUPES, Salvador-BA
• Professora Colaboradora do Serviço de Pneumologia do Complexo Hospital Universitário Professor Edgard Santos (HUPES) da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Salvador-BA
• Professora Substituta do Departamento de Medicina da Faculdade de Medicina da Bahia da UFBA
• Pneumologista e Intensivista – Duke University (DU), Durham-NC, EUA
• Doutora em Medicina e Saúde – UFBA, Salvador-BA
• Mestre em Ciências da Saúde para Pesquisa Clínica – Duke Clinical Research Institute, DU, Durham-NC, EUA
Fellow do American College of Chest Physicians, EUA

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