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sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Sexta-feira 13 de agosto...

Olá, amigos queridos, tudo bem?
Hoje é um dia superticioso, uns acham que é dia de sorte (como eu) outros afirmam que é dia de azar. Prefiro acreditar na sorte, na esperança, na energia positiva e no otimismo sempre...
Recebi um e-mail bastante interessante que irei compartilhar com vocês sobre como a modernidade e a tecnologia afetam diretamente nossa vida e como não sabemos mais viver sem elas. Defendo ambas, mas como tudo na vida é necessário saber dosar para que o stress e as doenças dos tempos modernos não nos afetem.
Ah, como hoje é sexta-feira, início de mais um final de semana e como em Salvador está fazendo um friozinho bem gostoso, vamos aproveitar... Tomar bastante vinho, comer queijo, chamar os amigos e bater papo!! Que delícia! Fica a dica.
Um beijo e até a próxima,
Jamile

Minha vida sem celular



O editor Marcos Todeschini aceitou o desafio de ficar uma semana com o telefone móvel desligado. Confira a sua aventura

Por Marcos Todeschini

A compra da Vivo pela Telefónica foi um dos assuntos mais comentados no mundo dos negócios nas últimas semanas – e, por consequência, também na redação de Época NEGÓCIOS.

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Falamos tanto sobre celular, sobre a relação das pessoas com seus aparelhos e sobre o futuro da telefonia móvel que surgiu uma dúvida: hoje em dia, quando quase todos os habitantes do país têm seu aparelho, como seria viver sem um?

A melhor maneira de encontrar a resposta seria tentando. Como passei os últimos dias imerso no assunto para escrever a reportagem de capa desta edição, me dispus a ser cobaia e testar.

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Antes de qualquer coisa é preciso que se diga: não foi uma decisão fácil. Tenho verdadeiro pânico de ficar sem celular. Não desligo o aparelho nunca. E me atraco a qualquer tomada se vejo que a bateria está para acabar. No cinema, prefiro colocá-lo no silencioso a desligá-lo (você sabe, sempre pode acontecer alguma coisa urgente e alguém precisar de mim). Mas não sou o tipo de sujeito que corre para comprar o aparelho mais moderno (que, ao terminar de escrever a frase, já ficou defasado). Minha relação com o aparelho é basicamente utilitária: fazer e receber ligações. Mandar e receber torpedos. Navegar no Google quando estou perdido. Um flagrante aqui outro ali com a máquina fotográfica.

Enfim, um típico brasileiro. Diferente de japoneses, que assistem novelas e pagam contas em seus aparelhos, no Brasil os aparelhos ainda servem para o básico – embora já tenha muita gente por aí ouvindo rádio sem ter descoberto as maravilhas de um fone de ouvido (mas isso seria capítulo para outro teste: o de bom senso).

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Se por um lado me propus a viver sem celular, por outro também me propus a não dizer nada a meus amigos. Quem quisesse me encontrar, teria de fazê-lo por outros meios, como Facebook, telefone fixo ou, sei lá, fumaça.

Durante uma semana, deixei o aparelho no silencioso, dentro de uma gaveta... e "offei" do mundo. A proposta era não usá-lo em hipótese alguma. Quer saber o que acontece quando você cai fora do mundo da telefonia móvel? Eis minhas descobertas:

Você perde a hora

Já comecei meu primeiro dia atrasado porque, veja bem, o despertador está no celular. Acordei tarde para minha aula de francês, que era às 9 da manhã. Menos mal que faço aula particular, então seria apenas uma questão de ligar e dizer que eu chegaria 15 minutos atrasado. Ooops! Isso se minha agenda não estivesse onde mesmo? Sim, no celular. Então o jeito foi chegar atrasado mesmo e pedir desculpas pessoalmente. E anotar na lista de tarefas: fazer uma cópia da agenda.

Você fica inacessível

Depois das 5h da tarde de sábado, o silêncio incomodou. Pronto, confessei. Incomodou mesmo. É geralmente por esse horário que normalmente costumam pipocar mensagens de amigos sondando o que vai rolar logo mais. Ou sugerindo uma balada, um cinema ou qualquer coisa do gênero. Enfim, toda uma programação a que não tive acesso. Onde estava todo mundo? Nenhum dos meus amigos – atenção: NEM UM – ligou no telefone fixo de casa (soube hoje que a grande maioria nem tem o tal número).

Nada está ao alcance da mão

Pedir pizza, né? É isso o que me resta da noite do sábado em que estou isolado do mundo. De novo, o número da minha pizzaria favorita estava na agenda do celular. Tive que acessar o site e procurar o número. Caso contrário, além de sozinho em pleno sábado à noite, estaria também sem comida. Mas você percebe o trâmite todo que isso me causou? Precisei ligar o computador, acessar o site, depois ir até o telefone fixo e ligar. Nada tão simples quanto apertar dois botões. E nesse meio tempo já tinha até perdido o apetite pela pizza e estava com vontade de um chinês.



Precisa confiar mais nas pessoas

No domingo, uma alma viva ligou. Era um amigo chamando para um cinema.

“Seis e meia na frente do shopping?”, propõe.
“Seis e meia na frente do shopping”, aceito.

O celular acostumou o homem contemporâneo a dar feedbacks em tempo real sobre seus passos: “Atrasei, mas chego em dez”. “Vou demorar um pouco mais” ou “Cheguei um pouco antes. Te espero no café”.

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Quando não tinha celular, as pessoas marcavam seis e meia e tentavam chegar o mais próximo disso. Com muito esforço, cheguei às 6h35. Me obriguei a ser pontual para não fazer ninguém esperar. Só que quem precisou esperar fui eu. Meu amigo atrasou 15 minutos – e enquanto isso nem pude entrar para um café. Se o perdesse, como faria ?


Tem que abrir mão de pequenos mimos

Precisei voltar a usar relógio. Há anos o visor do meu celular faz as vezes de “hora certa”. Aproveitei para usar o relógio como despertador. Na segunda-feira, portanto, não acordaria atrasado. O problema é que relógios não têm a (deliciosa) função “soneca” dos celulares – que faz o alarme soar de novo dali a 10 ou 15 minutos, dando tempo para um sono extra. Relógios não têm essa sofisticação. Sem soneca, acordei. Mas mal-humorado.

Você não pega táxi num assovio

Saí da redação para fazer uma entrevista. Ao terminar, como de costume, chamaria um táxi do convênio. Chamar como mesmo? No orelhão. Sim, poderia ter pedido ao meu entrevistado para ligar do celular dele, mas queria fazer o teste do jeito que tem que ser: sem ajuda. Neste caso, significou o seguinte: andar 15 minutos debaixo do sol para encontrar uma banca de jornal que vendesse cartões. E depois outros 5 minutos para achar um orelhão que funcionasse. E depois ainda um bônus: lembrar como se usa um orelhão.

Você aprende a controlar a ansiedade

“Olha qualquer coisa, liga no meu celular”. Esta frase, que costumo dizer com frequência e me isenta de qualquer responsabilidade de não ser encontrado, passa a não existir mais. É, as pessoas podem NÃO te encontrar em algum momento. No começo fiquei numa paranoia do tipo: preciso estar ao lado dos meus telefones fixos. Depois aprendi a relaxar um pouco mais. Foi até bom para controlar a ansiedade.

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Mas relaxar não significa que, depois dessa experiência, deixaria de viver sem celular. Nem pensar. Dei suspiros de alívio quando pude, finalmente, buscar o meu de dentro da gaveta hoje pela manhã.

O saldo da hibernação, fora a saga toda que você leu aí em cima?

27 mensagens não lidas.

43 ligações perdidas.

Essa experiência me mostrou na prática que os hábitos das pessoas evoluem com a tecnologia. Há uma década, quando apenas 5 milhões de brasileiros tinham celular, era natural e compreensível você não ser encontrado, você não dar retornos imediatos ou não conseguir se comunicar facilmente. Hoje, com a popularização dos aparelhos, a noção de tempo, de urgência e de tolerância se tornaram outras. Sim, é possível viver sem celular – só que talvez não em sociedade.

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